quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Despedida.


Existem duas dores de amor: a primeira é quando a relação termina e a gente,seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida…Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à quala gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’ propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele mor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,externamente, sem nossa concordância,mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

(Martha Medeiros)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Masoquismo


MASOQUISTA, s. aquele que sente prazer com a dor.

Acredito que, no fundo, todos tenhamos uma pitada de masoquistas na essência do ser.
Mas é lógico, caso contrário, por que uma pessoa iria se submeter a coisas que a fazem sofrer?
Sem mais delongas, vamos ao ponto: por que uma pessoa insiste em algo que lhe faz mal?
Aquilo já foi afastado de você, já está longe, tão distante que você mal reconhece... Mas aí, um belo dia você acorda e decide "hoje eu quero sofrer! deixa eu correr atrás do que me faz mal".
Ok, você está arriscando - mas arriscar algo que faz mal?

É mais fácil arriscar-se a pular de um abismo...

talvez doa menos!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Primeiro

Sou bastante inconstante para saber que, talvez, depois de três postagens abandone isso aqui.
Mas sou bastante determinada para afirmar que agora eu quero escrever.

Sinceramente, minha real vontade é escrever um livro: minha biografia.
Ainda não tenho coragem, afinal, minha mãe leria, meus familiares, amigos, meus filhos - no futuro...
É, não, melhor não!


Não agora.